O corrimento vaginal com odor intenso é uma queixa frequente entre mulheres de todas as idades.
Embora comum, este sintoma pode indicar desequilíbrios na flora íntima que merecem atenção médica especializada.
No clima tropical do Rio de Janeiro, onde o calor e a umidade favorecem o crescimento de microrganismos, é fundamental compreender as causas, riscos e opções de tratamento disponíveis para manter a saúde íntima em dia.
O que é corrimento vaginal com mau cheiro?
O corrimento vaginal representa uma função natural do organismo feminino, produzido pelas glândulas do canal vaginal e colo uterino.
Em condições normais, esta secreção é transparente ou levemente esbranquiçada, com odor neutro ou discretamente ácido.
Quando o corrimento apresenta alterações significativas, especialmente odor “de peixe” ou outras características anômalas, indica desequilíbrio da flora vaginal.
Os sinais de alerta incluem odor intenso e desagradável, coloração amarelada ou esverdeada, consistência espumosa e coceira ou ardência associada.
Principais causas do corrimento com odor
Infecções bacterianas e fúngicas
A vaginose bacteriana é a causa mais frequente de corrimento com odor forte, caracterizada pela proliferação excessiva de bactérias anaeróbias.
Apresenta corrimento acinzentado com odor característico “de peixe”, especialmente intensificado após relações sexuais.
Já a candidíase vulvovaginal produz corrimento branco e espesso, semelhante a “queijo cottage”, acompanhado de coceira intensa e ardência.
Esta infecção fúngica é particularmente comum durante os meses mais quentes.
Já a tricomoníase, infecção sexualmente transmissível, causa corrimento amarelo-esverdeado e espumoso, com odor forte e desagradável.
Requer tratamento simultâneo do casal para evitar reinfecção.
Fatores ambientais e comportamentais
O clima tropical favorece o desenvolvimento de condições que alteram a flora vaginal.
A alta umidade e o calor intenso aumentam a transpiração local, criando ambiente propício para crescimento microbiano.
Práticas de higiene inadequadas, como duchas vaginais excessivas e uso de produtos perfumados, podem agredir a mucosa e remover a barreira protetora natural.
Roupas sintéticas e muito justas também retêm calor e umidade, favorecendo desequilíbrios.
Riscos e complicações
O corrimento com mau cheiro não tratado pode evoluir para complicações sérias.
A vaginose bacteriana aumenta o risco de contrair outras infecções sexualmente transmissíveis e pode causar complicações na gravidez, como parto prematuro.
Infecções persistentes podem resultar em doença inflamatória pélvica, infecções urinárias recorrentes e cervicite.
Além dos impactos físicos, há consequências emocionais significativas, incluindo ansiedade, diminuição da autoestima e interferência na vida íntima.
Diagnóstico e tratamento
Avaliação médica especializada
O diagnóstico preciso requer consulta ginecológica com anamnese detalhada, exame físico especializado e análise laboratorial da secreção vaginal.
Testes como pH vaginal, microscopia e cultura quando necessária permitem identificar o agente causador.
Abordagem terapêutica
O tratamento varia conforme o agente identificado.
Para vaginose bacteriana, utiliza-se metronidazol oral ou gel vaginal por sete dias.
A candidíase responde bem ao fluconazol oral em dose única ou antifúngicos tópicos quando indicados.
Na tricomoníase, o metronidazol oral em dose única é eficaz, mas requer tratamento simultâneo do parceiro e abstinência sexual durante o período terapêutico.
O acompanhamento médico é fundamental para avaliar a resposta ao tratamento.
Prevenção e cuidados específicos
Higiene íntima adequada
A prevenção baseia-se em cuidados simples mas eficazes.
A higienização deve ser feita apenas na vulva com água morna e sabonete íntimo neutro, sempre da frente para trás.
Evite duchas vaginais e produtos perfumados que alteram o pH natural.
Durante a menstruação, troque absorventes a cada três ou quatro horas, preferindo produtos sem fragrância.
Mantenha a região sempre seca e arejada, especialmente após exercícios ou atividades que causem transpiração.
Escolhas de vestuário e alimentação
Prefira roupas íntimas de algodão e evite peças muito justas ou tecidos sintéticos.
Troque roupas molhadas imediatamente, seja de banho de mar ou suor de exercícios.
A alimentação também influencia a saúde vaginal.
Inclua probióticos como iogurte natural e kefir, que favorecem o equilíbrio da flora.
Reduza o consumo de açúcar refinado e mantenha-se bem hidratada, bebendo pelo menos dois litros de água por dia.
Quando buscar ajuda médica
Procure atendimento ginecológico imediatamente se apresentar dor pélvica intensa, febre associada ao corrimento, sangramento irregular ou sintomas que pioram rapidamente.
O diagnóstico precoce e tratamento adequado previnem complicações e restauram rapidamente o bem-estar íntimo.
Perguntas frequentes
Quanto tempo demora para melhorar com tratamento?
A melhora dos sintomas ocorre entre 24 a 72 horas após início do tratamento adequado, sendo o odor o primeiro sintoma a diminuir.
O parceiro precisa ser tratado?
Depende da causa identificada. Na tricomoníase, sempre. Na vaginose bacteriana, geralmente não. Na candidíase, apenas se apresentar sintomas.
É possível prevenir completamente?
Embora não seja possível prevenir 100%, seguir as orientações médicas e manter hábitos saudáveis reduz significativamente o risco de recorrência.
Conclusão
O corrimento vaginal com mau cheiro é um problema tratável que não deve causar constrangimento.
Reconhecer os sinais, buscar diagnóstico médico especializado e seguir o tratamento adequado são fundamentais para recuperar o equilíbrio da flora vaginal.
Combinando terapia médica adequada com hábitos de vida saudáveis e cuidados preventivos específicos para o clima tropical, é possível manter a saúde íntima em dia e prevenir recorrências.
Não hesite em procurar ajuda profissional ao notar qualquer alteração no corrimento vaginal.
Agende uma consulta conosco, a Dra. Bruna Obeica está ansiosa para te conhecer.
Continue acompanhando o nosso blog e até a próxima!
