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Perda de libido na gravidez: por que acontece e como recuperá-la

Imagine a cena: você, grávida, olhando para o seu parceiro e sentindo… absolutamente nada. Nem um pingo de desejo.

Respira fundo, pois você não está sozinha.

E não, não há absolutamente nada de errado com você.

Cerca de 60% das mulheres passam exatamente pela mesma experiência durante a gestação.

Sessenta por cento!

Isso significa que em um grupo de 10 gestantes, 6 provavelmente estão sentindo exatamente o que você está sentindo agora.

A perda de libido não é um problema.

É uma jornada.

Uma jornada hormonal, emocional e física que seu corpo está navegando com a precisão de um capitão experiente, preparando-se para a maior aventura da sua vida: trazer um novo ser ao mundo.

Mas calma: nem todos os trimestres são iguais.

Existe um mapa, uma geografia íntima que pouquíssimas pessoas te contaram.

E é exatamente sobre esse mapa que vamos mergulhar juntas.

Então, prepare-se para entender não apenas o que está acontecendo com seu corpo, mas como você pode reconectar com sua sexualidade durante a gravidez – sem culpa, sem pressão, no seu tempo e do seu jeito.

O que é libido e como a gravidez a afeta

A libido, conhecida como o desejo ou apetite sexual, tende a sofrer variações significativas durante o período gestacional.

Esta mudança no interesse por intimidade durante a gravidez não indica problemas no relacionamento, mas reflete as profundas transformações que o corpo feminino atravessa.

Alterações Hormonais na Gestação

As oscilações hormonais são responsáveis pela redução do desejo sexual na gravidez.

Destacam-se três principais mudanças hormonais:

  • Progesterona: No primeiro trimestre, seu aumento expressivo frequentemente diminui o interesse por atividades íntimas, causando uma queda natural no desejo sexual;
  • Estrogênio: Níveis elevados podem provocar sensibilidade mamária e desconfortos específicos, impactando diretamente o apetite sexual gestacional e criando uma complexa dinâmica hormonal;
  • Prolactina: Hormônio responsável pela preparação das mamas para amamentação, contribui significativamente para a diminuição da libido, principalmente nos estágios mais avançados da gravidez.

Principais causas da diminuição do desejo sexual

Compreender os motivos da perda de libido na gravidez ajuda muitas mulheres a lidarem melhor com essa situação.

Naturalmente, o desejo sexual durante a gestação é influenciado por uma complexa interação de fatores que vão além das questões hormonais.

Fatores físicos

Inicialmente, as náuseas matinais e a fadiga extrema do primeiro trimestre podem fazer com que qualquer atividade sexual seja a última coisa na mente de uma gestante.

O corpo está focado em criar um ambiente seguro para o bebê, direcionando energia para esse processo vital.

Além disso, as mudanças na autoimagem corporal impactam significativamente o interesse sexual na gravidez.

Certamente, muitas mulheres precisam de tempo para reconectar-se com seu novo corpo em transformação.

Fatores emocionais

Curiosamente, a ansiedade sobre a segurança do bebê frequentemente reduz o apetite sexual gestacional.

De fato, o medo de que a atividade íntima possa de alguma forma prejudicar o feto é comum, embora na maioria dos casos seja infundado.

A sobrecarga emocional e a preocupação com o novo papel de mãe também contribuem para a diminuição da libido durante este período sensível.

Fatores relacionais

Paralelamente, a dinâmica do casal inevitavelmente muda com a notícia da gravidez.

E com isso, as preocupações do parceiro sobre machucar o bebê ou a gestante podem criar um distanciamento físico não intencional.

Como a libido muda em cada trimestre

Durante o primeiro trimestre da gestação, a redução do desejo sexual costuma atingir seu pico.

O corpo feminino trabalha intensamente para adaptação à gravidez, com sintomas como náuseas, vômitos e extrema fadiga contribuindo significativamente para a perda de libido neste período inicial.

Em contraste, o segundo trimestre frequentemente traz um alívio bem-vindo para muitas gestantes.

De modo positivo, com a estabilização hormonal e a diminuição dos desconfortos iniciais, muitas mulheres experimentam um ressurgimento do apetite sexual.

Este período é considerado por especialistas como uma “janela de oportunidade” para reconexão íntima do casal.

Por fim, ao chegar no terceiro trimestre, o desejo sexual durante a gravidez tende a diminuir novamente.

O volume abdominal aumentado, a pressão pélvica e o cansaço do final da gestação naturalmente diminuem o interesse por atividades íntimas.

Mitos e verdades sobre sexo na gravidez

Persiste o mito de que relações sexuais durante a gestação podem provocar aborto ou parto prematuro.

Contrariando esta crença, pesquisas mostram que o sexo é completamente seguro em gravidezes saudáveis, não representando qualquer risco ao feto bem protegido pelo líquido amniótico.

As contrações uterinas provocadas pelo orgasmo não prejudicam o bebê.

Na verdade, estudos sugerem que podem contribuir para o bem-estar materno através da liberação de endorfinas e redução do estresse, beneficiando indiretamente o desenvolvimento fetal.

Estratégias para recuperar o desejo sexual

Recuperar a libido durante a gravidez requer paciência e criatividade.

A comunicação aberta entre o casal sobre desejos, preocupações e expectativas forma a base para qualquer estratégia bem-sucedida.

Abordagens físicas

Para recuperar o desejo sexual na gravidez, adaptações físicas são essenciais.

Posições confortáveis que acomodem a barriga crescente fazem toda diferença, especialmente após o segundo trimestre.

A posição lateral ou com a mulher por cima permite maior controle e conforto para a gestante.

Quando o interesse na penetração diminui, explorar alternativas como massagens sensuais, carícias e estimulação oral pode manter a intimidade sem pressão.

Estas abordagens muitas vezes reacendem o apetite sexual gestacional de forma natural e gradual.

Abordagens emocionais

Sem dúvida, o componente emocional é fundamental para recuperar a libido durante a gravidez.

Principalmente conversas sinceras sobre como a gestante se sente em relação ao seu corpo em transformação criam um ambiente de compreensão e acolhimento.

Técnicas de mindfulness podem ajudar a gestante a reconectar-se com suas sensações corporais e reduzir a ansiedade que frequentemente bloqueia o desejo sexual.

Surpreendentemente, apenas cinco minutos diários de respiração consciente podem fazer uma diferença significativa.

Abordagens para o casal

A redefinição da intimidade é crucial nesta fase.

O casal pode descobrir que formas não-sexuais de conexão, como carícias, abraços e beijos prolongados, mantêm a chama acesa mesmo em períodos de menor libido.

Quando buscar ajuda profissional

A redução da libido durante a gravidez geralmente é normal, mas em alguns casos pode indicar questões que merecem atenção especializada.

Quando a perda do desejo sexual vem acompanhada de sintomas como depressão persistente, ansiedade severa ou conflitos conjugais significativos, é hora de buscar orientação profissional.

Ginecologistas especializados em sexualidade na gestação, psicólogos e terapeutas sexuais estão preparados para abordar a diminuição da libido no período gestacional.

Estes profissionais oferecem um espaço seguro para discutir preocupações íntimas que muitas mulheres hesitam em mencionar nas consultas de pré-natal regulares.

Preparação para a sexualidade pós-parto

Geralmente, muitos casais não estão preparados para as mudanças na intimidade após o nascimento do bebê.

Na verdade, expectativas realistas sobre o retorno da libido no pós-parto são fundamentais para evitar frustrações e conflitos.

É importante entender que o desejo sexual após o parto pode demorar meses para se restabelecer.

Especificamente fatores como recuperação física, amamentação, privação de sono e adaptação ao papel parental afetam diretamente o apetite sexual nesta fase.

Por isso, planejar antecipadamente como manter a conexão emocional durante este período pode fortalecer o relacionamento.

Conclusão

A perda de libido na gravidez representa uma fase natural e temporária na jornada de muitos casais.

Sem dúvida, as intensas transformações hormonais, físicas e emocionais da gestação inevitavelmente impactam o desejo sexual, criando um novo cenário para a intimidade e o relacionamento.

Acima de tudo, compreender que essas alterações no apetite sexual gestacional são completamente normais ajuda a reduzir a ansiedade e culpa que muitas gestantes sentem.

Importante destacar que a diminuição do interesse por atividades íntimas durante este período não reflete problemas no relacionamento ou falhas pessoais.

Certamente, a comunicação aberta e honesta continua sendo a ferramenta mais poderosa para navegar por estas mudanças.

De fato, quando o casal consegue expressar suas necessidades, preocupações e desejos sem julgamento, novas formas de intimidade podem florescer.

Positivamente, este período de transição para a parentalidade oferece uma oportunidade única para redescobrir e aprofundar a conexão emocional.

Felizmente muitos casais relatam que, após superarem juntos os desafios da gravidez, incluindo as oscilações na libido, emergem com um vínculo ainda mais forte.

Para concluir, para suporte personalizado e orientações específicas sobre a sexualidade durante a gestação, agende uma consulta com a Dra. Bruna Obeica, será um prazer te receber.

O acompanhamento adequado pode fazer toda diferença na experiência da maternidade e na saúde do relacionamento.

Lembre-se, seu bem-estar e saúde íntima merecem atenção especializada durante este momento tão especial da sua vida.

Obrigado pela leitura e até a próxima!

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